segunda-feira, 27 de agosto de 2007

PAI ...

(foto do afonso)

Há precisamente um ano, partiste.

Pela calada da noite, surgiu um ténue sinal, que nos queria avisar de que algo não estava bem. Não o soubemos/quisémos interpretar; e, ao levar-Te para que se dissipasse aquele mau estar que Te tinha invadido, ninguém imaginava que ias partir sem aviso , nem despedida.

O soar, estridente, do toque do telefone, pela madrugada, foi o último contacto, amargo, de quem tem uma missiva para entregar: "Agora, há que tratar dos trâmites legais".


Passaste de um corpo, sempre presente, a uma saudade.


Não mais Te pude ver. Guardei as últimas palavras que trocámos, sentado naquela "carrinha amarela", brincando, horas antes da tua partida sem regresso. O Teu último olhar. O último gesto, a minha última carícia.


Levaste, contigo, um pouco de nós; mas, no nosso coração, ficará, eternamente, a Tua presença, os momentos bons e menos bons que passámos juntos, o Amor mútuo que existia, a cumplicidade de dois amigos; em suma, ficaste Tu.


Passado um ano, a Tua presença é diária nas nossas vidas: nos espaços, nos objectos, nos hábitos, ...


Porém, estou a aprender a conviver com a ideia, de que foste no momento que Te era devido e, que Te tornaste, no Céu, mais um pontinho brilhante que está sempre de vigia e nos protege.


Descansa serena e tranquilamente.

Descansa na Paz do Senhor.

Um beijinho ...