quinta-feira, 17 de maio de 2007

DIA DA ESPIGA

Hoje, por todo o País, foram muitas as escolas que festejaram a Quinta-feira da Ascensão. Esta, é uma festa religiosa católica,havendo mesmo localidades onde é um dia feriado.
Celebra a ascensão de Jesus ao Céu, depois de ter sido crucificado e de ter ressuscitado (A Ressurreição é o que a Páscoa celebra).Este dia (a Ascensão) ocorre cerca de quarenta dias depois da Páscoa, e é sempre a uma quinta-feira.
É, também, sempre nessa data, que se celebra o Dia da Espiga ou Quinta-feira da Espiga. Tradicionalmente, de manhã cedo, as crianças vão para o campo apanhar a espiga e outras flores campestres. Com elas, formam um ramo com: espigas de trigo, folhagem de oliveira e de videira, malmequeres e papoilas.

Cada elemento simboliza um desejo:
    - A espiga = que haja pão (isto é, que nunca falte comida, que haja abundância em cada lar)
    - O ramo de folhas de oliveira = para que haja paz (lembra a pomba da paz que traz no bico um ramo de oliveira) e que nunca falte a luz (divina). (Antigamente, as pessoas alumiavam-se com lamparinas de azeite, e o azeite faz-se com as azeitonas, que são o fruto da oliveira.)
    - malmequeres amarelos e brancos, papoilas = o malmequer amarelo «traz» ouro e o branco a prata, a papoila «traz» amor e vida.
O ramo é guardado ao longo de um ano, até ao Dia de Espiga do ano seguinte, pendurado algures dentro de casa.
Acredita-se que este costume, que surge mais no centro e sul de Portugal, nasceu de um antigo ritual cristão, que era uma bênção aos primeiros frutos.
No entanto, por ter tanta ligação com a Natureza, pensa-se que vem bem mais de trás no tempo, talvez de antigas tradições pagãs associadas às festas da deusa Flora que aconteciam por esta altura e às quais se mantém ligada à tradição dos Maios e das Maias.

Hoje em dia, nas cidades, as crianças já não vão colher o Ramo da Espiga (nem há onde...), mas há quem os venda, tendo-os colhido e atado, fazendo negócio com a tradição... E ajudando a preservá-la.

São tradições que cada um interpreta como quer mas que, eu, gosto de passar; isto, na esperança de que, nem tudo se irá perder, no passar dos anos. Algo, se há-de manter, tenho esperança disso.

Até já ...