PROVAS DE AFERIÇÃO
Este ano voltam, em força, as Provas de Aferição, para o 4º e 6º anos de escolaridade. Não sei o que se passará com os colegas que leccionam o 6º ano; para mim, que lecciono o 4º, hoje foi um dia, particularmente, difícil. Após uma reunião de professores, tida ontem, para que nos fosse passada a mensagem enviada pela DREC, em relação às directrizes relativas à aplicação das ditas provas, era hora de fazer chegar a mensagem às crianças. Tentei transmitir-lhes o que se ia passar no próximo dia 22 e 24, dia das provas. Ver aqueles rostos a ficarem tensos; as perguntas a atropelarem-se, sem aguardarem uma resposta; os olhitos a brilharem de uma curiosidade tensa;... Enfim, isto passou-se com informações dadas com preparação prévia. Eu própria, fiquei surpresa com tudo o que nos foi dito: "...em situação alguma, o aluno pode sair da sala antes do tempo terminado", "...após a chamada às 9,45h, o aluno sentar-se-á no lugar indicado e, ali, se manterá em silêncio até a prova começar às 10h", "...o aluno só poderá ter em cima da mesa um lápis, uma borracha, uma esferográfica e uma afiadeira; tudo o resto lhe será retirado e colocado na secretária do Aplicador( nome dado aos professores que vigiam as provas);... Bem, uma panóplia de regras que só podem ter sido elaboradas por quem nunca desceu à realidade de crianças de 9/10 anos e, isto, para não ir mais longe e dizer o que me apetece: quem é capaz de implantar estas normas, nunca trabalhou com crianças e/ou nunca saiu do seu gabinete, a não ser para inaugurar novos espaços; sim, porque nos que vão encerrar, aí não dão a cara (é o caso da escola onde lecciono, mas isso fica para outra vez). Este é um post sem beleza literária mas, reflecte a revolta que senti ao ver os rostos assustados dos meus meninos.
Até já...